terça-feira, 14 de julho de 2009


"É incrível como algumas coisas acontecem do nada e assim mudam toda uma vida, todo um percurso. Eu não sabia o que aconteceria naquele dia e mesmo que soubesse, acho que não poderia fazer nada pra mudar. Há coisas que estão destinadas à acontecer e nós apenas temos que aceitar, sem nenhuma reclamação. "Eu fui assaltado". Foram essas as minhas palavras quando cheguei em casa naquele dia.

No dia em que fui assaltado, eu falei sobre esse assunto na escola, sobre nunca ter sido assaltado, mal sabia eu o que me esperava na hora da saída. Depois que sair da escola fui andando pra casa normalmente, pelo mesmo caminho e com a mesma companhia, a música. E mais ou menos à três quadras da minha casa, dois homens de bicicleta, negros, vestidos com roupas comuns e não encapusados, me cercaram. No início achei que fossem pedir alguma informação, mas eu estava enganado. Logo que me abordaram um deles disse," passa o MP4", a minha reação foi a mais comum ou não, eu fiquei parado tentando descobrir o que era aquilo, se era realmente um assalto ou um brincadeira, mas pra meu azar, aquilo era um assalto. Depois desse tempo meu ali em silêncio, entre aqueles dois homens, o outro já irritado disse," passa o MP4 ou eu te esfaqueio". E novamente eu pensei em duas possibilidades, correr ou entregar. Mas sinceramente, e se alguma coisa ocorresse errado? Eu poderia morrer ali naquele chão, naquela rua e meu sangue escorreria naquele lugar e pessoas e mais pessoas me cercariam para ver se eu estava vivo ainda. Porém, como eu não queria morrer naquele momento e nem naquele lugar eu entreguei o MP4. Após isto os dois homens de bicicleta, negros, vestidos com roupas comuns e não encapusados viraram na rua à minha frente e partiram. E após isso, eu fui pra casa e falei a minha irmã, "eu fui assaltado".
Eu jamais vi aqueles homens novamente e espero que nunca mais vê-los. Como eu, outras pessoas no mundo já foram assaltadas e por mais tranquilas e calmas que essas pessoas possam ser, sempre fica uma coisa ruim dentro delas, uma angústia. E agora quando ando pela rua, fico sempre atento à tudo e à todos que estão por perto. Espero que isto nunca mais aconteça, mas se por acaso acontecer, não vai ser a primeira vez."

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