Nunca soube a razão pela a qual escrevo. Apenas um dia chegou a necessidade de escrever. Não há e nunca houve para quem escrever e o quê escrever. Eu sentava e começava. Pensava e estava ali. As minhas palavras concretizadas em um lugarzinho só meu. Pequeno, porém, meu. O bom mesmo é saber que não há limitações, você escreve o que quer e quando quer. E só vão saber se você quiser. Contudo, chega um momento em que você quer que as pessoas leiam. Que elas saibam um pouco da sua vida. Porque por mais que você tenha inventado, há sempre algo de sua vida. Uma ou duas palavras e sua vida está exposta. A realidade mistura-se com a ficção tornando tudo mais interessante, mais perigoso. Penso que escrever é libertar-se. É descarregar todas as dores nesses pequenos e grandes textos cheios de dor e sofrimento. É encher um barril de lágrimas e depois transformá-las em palavras. E os dias passam, os anos correm em uma velocidade que a gente nem percebe. Os textos continuam no mesmo lugar. Nós mudamos, as ideias mudam, mas eles continuam do mesmo jeito. Então lemos, lembramos, choramos. Nós sentimos tudo novamente. Porque tudo está guardado em nós e só precisam uma oportunidade para florescerem de novo.
Não há motivo para esconder. Deixe que seus sentimentos ganhem vida.