sexta-feira, 16 de julho de 2010



















" É meia-noite e ainda eu não consegui pregar os olhos. Os badalos do relógio insistem em me lembrar isso. Parece estranho, mas eu ainda não consegui esquecer as palavras que você me disse. Elas me arrepiaram dos pés à cabeça. A boa notícia é que consegui conter as lágrimas, a má, é que a dor... a dor foi inevitável. Eu ainda a sinto aqui no meu peito como uma bola negra querendo explodir.
Apesar de tudo eu ainda vejo o molde do seu rosto no céu estrelado; sinto o seu cheiro na brisa refrescante; ainda fico rindo que nem um bobo enquanto penso nas coisas bobas que você me disse.

Apesar de tudo eu ainda gosto de você, apesar de tudo."



sábado, 10 de julho de 2010




















De manhã, enquanto os pássaros cantavam, ele escrevia suas poesias. Era incrível como ele conseguia lindas rimas. O canto dos pássaros parecia inspirá-lo. Mas no inverno, quando os pássaros voavam para o sul, ele não escrevia uma poesia sequer. Às vezes passava dias trancado no quarto. Nesse tempo, o chão do quarto dele parecia um mar de bolinhas de papel amassadas. John sentia-se completamente vazio. No entanto, quando a primavera chegava e os pássaros retornavam para suas casas, a inspiração de John retornava também e com mais fervor. Era como se ele e os pássaros tivessem uma ligação. Todo ano era assim, quando os pássaros voavam, John não escrevia nada. Um dia certo do que aconteceria, John decidiu que o pássaros não voariam para o sul naquele ano. John armou uma armadilha, capturou os pássaros e os prendeu em uma gaiola. A partir desse dia os pássaros nunca mais cantaram, passaram-se duas semanas e eles morreram. John sentia-se a pior pessoa do mundo. Uma agonia tomou conta dele. Chorou e chorou durante horas. Para ele não havia mais sentido viver. John pegou os pássaros mortos e entrou para seu quarto.

No dia seguinte, John não se levantou para ir para a escola. A mãe de John achou estranho, ele adorava ir para a escola. Ela foi direto ao quarto de John, bateu na porta, mas ele não disse nada. Quando a mãe de John entrou no quarto, ela o viu estirado no chão, abraçado com os pássaros e com um pedaço de papel na mão, onde estavam escritas as seguintes frases:

" Ao prender esses pássaros, eu tirei a liberdade e a vida deles. E ao fazer isso, eu tirei a minha liberdade e meu direito de viver."

John Button.