sábado, 12 de junho de 2010



















No escuro e de portas fechadas. Não há nada que possa amenizar essa dor. Está ardendo, está doendo. Já fazia um bom tempo, desde que ele a conheceu naquele fim de tarde, que essa dor tinha diminuído.. Entre as crises ele tentava se comunicar com ela através do celular, mas estava desligado. Aquelas drogas que deveriam melhorar o estado dele pareciam piorar ainda mais. A cada hora ele tinha que tomar mais e mais dessas drogas. Ele mal conseguia respirar. Os lençóis da cama estavam todos sujos de sangue. Ele pegou um livro que estava em uma mesinha ao lado da cama, usou a "bombinha", tentou mais um vez se comunicar com ela( o que resultou em outro fracasso),e começou a ler. Depois de algumas páginas folheadas veio a pior e a última crise de todas, o peito dele estava queimando, parecia pegar fogo. O pouquissímo ar que ele conseguia respirar já parecia não existir. Ele tentou usar a "bombinha", mas a deixou cair por causa da terrível dor no peito, o descontrole veio e ele começou a se debater fortemente e segundos depois não se via mais nenhum movimento no quarto.

Algumas horas depois ela chegou. Estava totalmente bêbada. Estava aos risos, parecia uma criança, todavia, quando viu todas aquelas luzinhas dos carros parados em frente a sua casa, o sorriso desapareceu subitamente. Ela correu o mais rápido possível, passou por todas as pessoas sempre esbarrando, subiu as escadas desesperada e parou em frente a porta do quarto. Ele já não estava, o que tinha era apenas o livro que ele folheou em cima da cama.
Na capa do livro dizia, " Não abandone quem te ama".

Entre os soluços ela abraçou o livro...

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