De tempos em tempos ele acredita no amor. Somente em algumas estações ele quer ser amado. E então ele esquece por tudo que passou, todas as mentiras ditas e se entrega. Com medo, com um pé atrás. Com todas as feridas expostas. Se entrega como se estivesse vivendo aquilo pela primeira vez. Com a alegria de uma criança que acaba de ganhar o melhor dos brinquedos. A inspiração retorna a sua vida e um sorriso é estampado em seu rosto anteriormente vazio. A alma reencontra o corpo. É como se tudo que ele sempre quis estivesse ali, ao seu lado, apenas esperando que ele percebesse. E ele agarra a felicidade, emangando-a entre suas mãos para que ela não tenha chance de escapar. Sobretudo, tanta alegria junto só poderia deixá-lo distraído, a ponto de deixá-la fugir. Tudo que ele sempre quis é jogado rio abaixo. E Vai afundando lentamente, junto com o seu melhor. O seu ânimo de todas as manhãs vai se afogando, dando seus últimos suspiros. Agora, o garoto retorna ao seu ponto de partida: sozinho e sem esperança. E só há algo novo: uma ferida em seu coração enfraquecido.